segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Deixe pra amanhã sim

Às vezes planejamos muitas coisas sem saber se vamos cumprir as mesmas e esse fato, soa pra mim como um desafio. Um desafio que tem sabor de esperança ainda mais quando estamos quase terminando o ano de 2007. Você passa a imaginar mil coisas e tem sempre uma frase martelando na sua cabeça: “Vai ser bom. Vai ser uma mudança, uma guinada em minha vida. Coisas diferentes, coisas novas, outros conhecimentos.”

Entretanto, esses “desafios” podem não nos satisfazer num futuro próximo e acabamos não desistindo, mas prorrogando – os por certo tempo afim de uma melhor estruturação para enfrenta – los com mais firmeza e clareza. Sinto que na atual situação, posso até seguir em frente, porém, não completaria todo trajeto parando no meio do caminho, não realizando – o por completo insatisfazendo a minha atual pretensão. Sei que o caminho não é nada fácil, pois a estrada é cheia de pedras, buracos, enfim toda tortuosa fazendo que, na maioria das vezes, ande bem devagar afim de não provocar nenhum arranhão, nenhum defeito que não valha para a conquista de meu objetivo. Mas hoje, infelizmente hoje, eu resolvi parar antes de começar e seguir em frente mais tarde um pouco sem precipitações e com mais frieza.

Dias de escolhas sempre me deixam inconstante, com um vazio no peito que parece me dar por vencido. Agir com frieza tem sido uma forte qualidade minha que me fortalece na maioria das situações, mas também me deixa em estado de moléstia como se a partir daquele momento eu esteja jogando oportunidades únicas para o alto. Na verdade, são duvidas que só vêm serem sanadas com o tempo. Aliás, o tempo realmente é o senhor da verdade.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Transformações a serem conquistadas

Vejo o tempo passar de uma maneira muito frenética onde vinte e quatro horas são impossíveis para se realizar tarefas do meu cotidiano. A velocidade dos meios é cada vez maior e acabamos por deixar para semana que vem o que tentaríamos fazer neste momento. Penso que de alguma forma tenho que aproveitar ao máximo cada hora dessa minha vida contida de altos e baixos pois um dia com certeza me questionarei como por exemplo:"Por que não degustar mais um pouco daquele tempo?"Degustação. Essa palavra tem me soado tão bem ultimamente que resolvi me empenhar para que um sonho, ou uma mudada na vida, nos meios de profissionalismo, tornem - se alcançados. Às vezes mudanaças trazem grandes conquistas e isso não quer dizer que você ao momnento da mesma, tenha que deixar para trás tudo o que você aprendeu. Pelo contrário, o aprendizado passado é que lhe fará ter mais e mais experiência de vida aumentando seu potencial para com nossos objetivos.

Sinto uma felicidade constante irradiar sobre o meu peito que parece não ter fim. Tomara que fique inebriado por ela durante um bom tempo, poi s ela me faz dar valor a coisas mais simples me tornando uma pessoa mais amena, mais complacente com pessoas que estão ao meu redor. Estou tão feliz quanto essa chuva que cai pela janela da sala onde volto a me lembrar dos tempos da minha vida sem as preocupações do mundo veloz. Sinto vontade de ir me deitar debaixo dos meus cobertores e assistir todos os programas de TV que passam a tarde com um copo duplo de café com leite e nada mais. Coisas simples mas que me fazem feliz. Me fazem ser mais humano, ser mais gente, ser mais eu.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

consciência

Que neste dia 20 de Novembro, o negro seja lembrado não mais como um sofredor, uma simples peça de uso escravo comprado pelos portugueses que aqui chegaram afim de explorar nossas riquezas. Não queremos mais entrar para história como um povo sofrido que precisa de auxílio, que não consegue sequer caminhar com as próprias pernas. Queremos entrar para a história como um povo ativo, que de certa forma, foi a chave mestra da construção desse país. Não queremos ser lembrados através de uma tal de "abolição", que na verdade não passou de um simples papel assinado por uma aristocrata deixando os negros "livres" sem apoio de estabelecer algo em suas vidas. Hoje queremos ser lembrados pelas nossas conquistas no meio cultural expondo toda a nossa arte provando que o Brasil é negro jogando por terra esse preconceito ridículo que só tem nos feito regredir no tempo.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Não comova - se, mova - se

Vivemos em busca de conquistas e mais conquistas para nossas vidas. Ao estudarmos arduamente nesse cotidiano, pensamos que só aquilo irá bastar, que logo inserido em um mercado de trabalho estaremos assegurados pelo resto de nossas vidas. É ai que tudo isso que se figurava em nossas mentes se torna na maioria das vezes, utópico. Essa acomodação irrisória não passa de um medo ao qual estamos anexados de não mais poder tentar arriscar, ou seja, se o fizermos, estaremos pondo um fim, jogando por terra o pouco de frutos que colhemos.

Devemos ter a noção de que esse medo deve ser eliminado de nossas mentes o mais rápido possível pois do contrário não teremos como andar, como dar passos para o futuro. Se os passos forem largos demais, é melhor irmos devagar, pois é certo que o tombo será menos intenso.

A acomodação em não mudar vem nos colocando como seres inúteis diante desse mundo corrido ao qual vivemos. Nem que seja por uma vez, nem que seja para se arrepender, temos que tentar desafiar – se a se mesmo, testar seu grau de empenho em busca das conquistas.

Nunca devemos nos acostumar a monotonia que nos é imposta pois isso seria a nossa própria morte. Ficaríamos em estado de vegetatividade, sem poder questionar em nada sendo que na verdade fomos nós que procuramos aquele caminho estúpido de inércia. Isto sim seria ir em encontro a um enorme precipício sem o caminho de volta. Isto sim é a morte, a nossa morte.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Carta Russa

Nina, estes dias não estou lhe escrevendo nada pois estava um tanto quanto ocupado. Neste domingo, dia 11 de novembro, fui prestar um concurso para o cargo de professor de História na rede pública ficando atarefado ao até que chegasse a data. Estudei muito cara amiga e por volta das 13:00 de ontem, soltaram o gabarito no qual consegui a média de 23 pontos em 30 questões. Espero que consiga me enquadrar na lista, pois sendo assim estarei trabalhando novamente na rede pública de ensino. Gostaria que você estivesse aqui para podermos conferir junta a parte específica. Fiquei pensando comigo uma noite antes da prova que se caísse algo sobre Revolução Russa, Governo de Stálin ou algo referente a mãe Rússia, estaria de bom tamanho pois com certeza, não ficaria sem resposta. Mas para minha surpresa eles não se preocuparam muito com a parte contemporânea e sim deram mais ênfase ao período medieval.

Tenho saudades suas cara amiga. Será que você está bem? Fico preocupado com sua ausência. Não tenho a certeza de que as correspondências estão chegando ao seu destino e isso me deixa muito angustiado. Sei, alias, tenho quase a certeza, de que esta também tenha o mesmo trajeto sem resposta mas não me cansarei de lhe mandar novidades daqui. No mais, queria simplesmente lhe contar mais um pouco de minha vida já mandando um forte abraço a você e toda sua família.

Atenciosamente,

Warlen Lindorico Guerra Freitas

sábado, 10 de novembro de 2007

BOA SORTE

Sábado, 14h32m e meu coração já começa a ficar um tanto quanto apertado. Amanhã é dia de processo seletivo na área de educação e eu já venho sentindo uma agonia com o stress de meu resultado ser igual ao do ano passado, ou seja, não conseguir uma vaga para lecionar História. É um medo que se mistura com uma cobrança em que eu poderia estudar mais, poderia ter revisto mais aquela parte. Parece que me sinto muito tranqüilo e na verdade é isso mesmo. Me sinto muito tranqüilo até a hora da prova. Depois só Deus sabe da minha impaciência. Leio, releio as questões e onde fico em dúvida (sempre entre duas questões não passando disso) marco um sinal de interrogação para voltar atrás. Quando volto, não tenho coragem suficiente para me arriscar e alterar a resolução. É ai que me entristeço pois, na maioria das vezes, a questão correta é sempre aquela assinalada com o sinal de interrogação.

Penso muito em passar não só pelo dinheiro mas também por poder atuar na minha área. Espero que desta vez, meu resultado seja mais satisfatório e que os outros concursos em que prestei nesse meio tempo me sirvam de suporte para enfrentar esta prova de amanhã. Que Deus me abençoe não me deixando nervoso, preocupado ou algo desses que valha. Tranqüilidade e atenção em todas as questões é isso que peço. Sei que o que é nosso está guardado, no entanto eu já não suporto mais essa espera. Quero um 11 de Novembro com esperanças e sem sofriemento de que não foi desta vez. Já me disseram que as coisas não caem do céu e disso eu sei muito bem pois tudo que conquistei foi bastante árduo, mas espero que dessa vez eu esteja apto para mais uma conquista que vem me fazendo muita falta.


BOA SORTE PRA MIM...

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Pinóquio playboy: um novo conto de fadas sem final feliz


Vivemos num país que passou por mais de 20 anos sob o domínio de um estado de exceção onde se compunha uma ditadura agressiva e perseguidora. Após esse longo período de escuridão, as luzes da democracia voltam a emergir com a promessa de que agora estaríamos livres de toda a opressão imposta a partir do fatídico 1º de Abril de 1964. Todos teriam o direito de defender suas idéias, escreverem sobre o que pensavam sem a preocupação, "a famosa pulga atrás da orelha" de uma possível e inesperada varredura em suas residências. Era a liberdade de imprensa ganhando força ao divulgar a verdade dos fatos com várias opiniões sobre os mesmos, sejam eles em defesa ou não, tinham como meio exercerem sempre o direito à democracia. Vários artigos a partir de então foram publicados, alguns com enorme destaque e atenção de uma boa parte da população e outros de menor divulgação. Entretanto, nos últimos dias, um artigo vem chamando a atenção de todo o meio não só jornalístico como também, em maior importância, do meio artístico. O apresentador e empresário de sucesso Luciano Huck, escreveu um artigo a um dos mais famosos e respeitados jornais do Brasil no dia 1º de Outubro. Até ai, tudo normal. Várias pessoas desse meio escrevem quase que diariamente em colunas não só de jormais como também de revistas, porém, o problema maior estava por vir. No artigo publicado pelo apresentador, constava toda a sua indignação com o governo por ter sido assaltado no trânsito da cidade de São Paulo, onde o resultado foi a perda de um relógio da marca rolex avaliado em cerca de R$ 50.000 dado pela sua mulher e também apresentadora Angélica. Usufruindo da sua boa formação, Huck não estava errado ao publicar o artigo. Afinal, estamos regidos sobre uma forma de governo em que a soberania do povo é exercida por ele através de representantes eleitos pelo voto popular, ou seja, democracia. Luciano enquanto cidadão, estava totalmente no seu direito de protestar. No entanto, o mesmo não se deu conta de que existem pessoas de opiniões distintas e que, logicamente, nem todas iriam de acordo com sua linha de raciocínio. Toda ação causa uma reação e neste episódio não poderia ter um desfecho diferente. Luciano Huck, colocou sua imagem exposta rendendo - lhe inúmeras críticas. Ao publicar um artigo deste teor, o apresentador deveria estar ciente de alguns itens. 1 - estava em São Paulo, uma das cidades mais violentas do mundo. 2 - o bem material que portava em um dos seus braços é cobiçado devido ao seu valor monetário. 3 - teve muita sorte de que com este roubo não levassem junto a sua vida. Em suma, seu artigo explicitou uma onda de críticas ácidas onde a mais relevante foi até o presente momento foi a do cantor e compositor Zeca Baleiro, ao argumentar que Luciano Huck "deveria ser assaltado no Capão Redondo."Tendo o direito a resposta Huck demonstrou - se um tanto quanto incapaz de responder moldando uma imagem de alguém que gostaria de se exibir.

Na verdade, para que se entenda de pobreza e exclusão social, não basta simplesmente "coordenar" ong's mas sim ter a consciência de igualdade entre as pessoas num país tão desigual como o nosso.

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

O Louco está a solta pelas entranhas dos nossos pensamentos

Às vezes eu mesmo me questiono e sempre cobro de mim mesmo."Não pode ser assim Warlen, tem que ser sempre mais um pouco." "Se você tivesse se esforçado um pouco mais...dava pra ter ido viu, seu merda!" Dái paro na frente do espelho nos dias de extrema felicidade e começo a gritar em todos os sons, em todas as vozes uma palavra que não sai da minha boca por nada "BUCETA, BUCETA, BUCETAAAAAAAA!!!" Minha mãe desesperada pede pra que eu pare mas eu não consigo. É muito mais forte .

Vou correndo pela casa,entro no meu quarto, paro de frente ao meu espelho e pergunto: "Quem é você? De onde veio? porquê está aqui? Qual será a sua missão?" Me calo e fico algum tempo, olhando para o meu reflexo, na ânsia de obter alguma resposta do outro lado.

Adoro ficar por um longo período lembrando de tudo isso e a me perguntar, sem gritar e sem me olhar no espelho: "Warlen, será que você é normal?" A resposta é bem simples. Se depender de mim, se o quesito normal estiver inserido numa pessoa ordinária, que segue todos os tipos de padrões, regras e normas de inúmeras etiquetas, estou completamente louco. Do contrário, só com dez anos de análise pra saber a resposta. Se bem que "louco" eu não sou. Faço xixi nos lugares mais extratégicos e polêmicos possíveis mas não pratico agressão a domésticas e ou classes mais desfavorecidas e muito menos coloco fogo em índios por pura "diversão".

"Eu juro que é melhor não ser o normal se eu posso pensar que Deus sou eu...mas louco é quem me diz e não feliz...eu sou feliz!"

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Perdas e Danos

E eis que ontem recebi um scrap no meu orkut com os seguintes dizeres: "preciso conversar com você, é sério você está on line?" No momento em que li, pensei que fosse mais alguma fofoca ou algo que o valha, mas a parte onde dizia "é sério" me fez pensar a noite toda me deixando preocupado.

Foi só a partir das 11:00h desta terça - feira que consigo um novo contato. "Amanda, estou on line, pode dizer." E a conversa da início a uma pergunta. Eu não entendi nada, mas ela foi juntando os fatos, ou seja, vulgarmente falando, dando nome aos bois. E as cabeças referidas eram o Alan (meu ex - aluno) e seu amigo Joseph. De acordo com o que me foi dito, ambos sofreram um acidente gravíssimo de carro onde uma vida foi drasticamente retirada e o outro acompanhante ainda está internado fora de perigo, com um braço e uma costela quebrada.

O que mais me chamou a atenção, foi o fato de praticamente quase um dia atrás, estarmos reunidos na festa de comemoração do aniversário da Amanda e a mesma me dizer que a pessoa que não resistiu, estava na nossa mesa juntamente com o Alan.

A sensação foi a de um frio na espinha incalculável que subiu até meu pescoço me deixando atordoado. Me esforço até o presente momento na intenção de memorizar o seu rosto, mas todo esse esforço é em vão. De uma coisa eu tenho absoluta certeza: temos todos que nos unir e rezar para que sua alma tenha algum conforto e que o mesmo não sofro neste outro plano material.

Mais uma vida que se vai e eu não sei qual o seu motivo e não me enteressa pelo menos agora. Mas o que na verdade me chamou muita atenção foi o fato dessa pessoa estar a poucos metros de mim, compartilhando da mesma alegria e em menos de um dia já não fazer mais parte desse mundo. Tudo isso me remete a uma sensação horrível. Um gosto amargo na garganta.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Memória

Hoje esse tempo me remeteu a um passado não muito distante. Um passado de alguns poucos dez ou oito anos atrás. Lembrei disso por volta das 13:00h, no momento em que o céu começara a despencar água que não era pouca. Toda vez que isso acontecia, eu ficava numa alegria sem explicação. Corria pra fora de casa, entrava na chuva com o rosto para o alto e a boca escancarada imaginando consumir todas gotículas possíveis.

Ficava rodando, rodando durante algum tempo até que minha mãe me chamasse a atenção furiosa gritando "olha a pneumonia meu filho num caça doença pra sua mãe não". Na verdade aquelas palavras entravam em um ouvido e saíam pelo outor sem que eu me preocupasse. Logo após esse "ritual" ela dizia mais uma vez : "se você adoecer eu num vou fica acordada de noite não hein!" E logo depois entrava para o banheiro, tomava um banho bem quente e ia me deitar debaixo das cobertas com um copo duplo de café com leite e pão com queijo quente e bastante manteiga, era ótima essa vidinha simples, feliz e inocente.

Essas lembranças me vieram a mente como um raio na cabeça assim que me debrucei sobre a janela afim de ver a chuva. Parecia que eu me via na minha rua, parecia um filme, um filme sobre minha infância onde o principal e único telespectador era um homem de 24 anos numa janela de grades cinzas, descascadas com o tempo.

Um tempo bom que não volta nunca mais. Hoje tentei fazer isso novamente, ou seja, voltar ao tempo, café com leite, cobertores, banho quente televisão etc...mas o tempo já não é mais o mesmo e tudo que resta são boas lembranças de um passado cheio de alegrias. Aliás, hoje eu tenho que voltar no tempo, porém bem mais distante. Entrarei de cabeça em 1789.

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Carta Russa


Nina, não estou entendendo mais esse seu sumisso. Você ainda se encontra em Moscou? Por que anda se escondendo de mim? Li mais algumas partes daquele caderno de capa preta que confisquei em sua casa e a tristeza ainda permanece como ponto primordial. Queria saber notícias de seu pai, mas além de nunca encontrar você por esses dias, o resto da sua família também sumiu feito a neve nos dias de verão em Moscou.

Gostaria de saber como vai sua vida, ainda tem frequentado a escola? Outro dia, lendo um jornal do governo, me assustei com uma manchete que dizia que o mesmo estaria procurando por toda cidade pessoas dissidentes do exército vermelho. Na reportagem, diziam que esses dissidentes estariam emperrando a máquina soviética do desenvolvimento acusando - os de capitalistas. Temo muito por seu pai mesmo que ele tenha sido deportado da capital eles podem novamente querer prendê - lo nos sujos porões desse regime comunista utópico.


Suas anotações têm me alertado sobre muitas coisas que antes não percebia em nosso governo ou então fingia usando uma bandagem em meus negros olhos. É só olhar ao redor que se percebe a grande falácia a que fomos submetidos. Estamos atravessando um período de subprodução constante que determina todos os comportamentos econômicos e o estilo de vida da URSS.


Como queria te ver minha cara Nina! Temos tanto a conversar e no momento que mais preciso você insiste em se ausentar. Estarei mais uma vez enviando esta para sua residência que ainda se encontra vazia. Mas espero que quando voltar, leia todas e saberá que seu bem mais valioso está em boas mãos.





Warlen Lindorico Guerra Freitas

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

A moléstia das três corridas nas semanas mais que ardidas

Esse tempo realmente me deixa em estado de extrema indolência. Um tempo onde eu não consigo produzir nada e tudo o que eu faço, seja esforço físico ou mental, me canso rapidamente. Minhas obrigações ficam quase sempre em cima da hora planejada. O horário de uma hora a mais no relógio só agrava esta situação deixando o tempo mais corrido do que o "normal", fazendo que eu acorde com olheiras, tonteiras, enfim um estado de moléstia insuportável. Saio de casa três vezes na semana por volta das 17:30 na intenção de pegar um ônibus no horário de 18:00h e tudo o que eu consigo é ter que correr como um louco em busca do terminal devido não ter conseguido me arrumar a tempo. Fico ofegante e transpiro feito um porco que devido a falta de uma glândula específica rola no lama na intenção de buscar uma sensação de alívio. O suor sai dos meus poros tão rápido quanto as palavras de baixo calão que profiro aos quatro cantos. Às vezes me sinto bem quando as digo, pois parece que entro em um estado de tranquilidade comigo mesmo. O fato é que esse tempo, essas horas, esse sol ardido, me causam um "calor que definitivamente não me provoca arrepio". As tardes parecem que não vão ter fim e eu torço pra que a noite chegue na ânsia de ter raros momentos refrescantes nessas vinte quatro horas do mais puro fogo. Um fogo que me lembra um caldeirão enorme onde eu sou mais um dos tantos ingredientes que vão se desfazendo com um cozimento voraz desta sopa antropofágica.

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Carta Russa

Querida Nina, ontem fui até sua casa para conversarmos mais um pouco sobre atual insatisfação que você vem tendo com o governo soviético. Procurei você por todos os cantos, mas não lhe encontrei, aliás, encontrei um caderno grosso de capa preta, numa mesa de centro, bem próxima ao sofá da sala que me chamou por demais a atenção. Como não havia ninguém e imaginando que você estaria retornando da aula, comecei interessadamente a folear este caderno. Tive uma enorme surpresa! Nele, você vem expressando todos seus sentimentos, toda sua indignação com o governo por estarem fazendo isso com seu pai desmantelando sua família.

Pude observar também que você não transmite quase nenhum momento de alegria e sempre deseja a morte como solução para sua vida. Me impressiona a constante obscessão em querer, a qualquer custo, um suicídio. São realmente, na minha opinião, vastos momentos de baixa estima que você vem passando. Pra mim, sua tristeza, era toda voltada a questão do afastamento de seu pai por ordem do governo. Mas em algumas linhas pude observar o quanto você sofre por outras coisas também. "Lá se foi metade das férias...Tudo é tedioso e desinteressante. O que é a vida? Ando com uma desagradável sensaçãod e amargura na alma, e a cada cinco minutos me pergunto: O que é a vida? Só existe uma resposta simples:
"A vida é um gracejo vazio e estúpido." Fácil de dizer, mas ninguém quer crer que realmente a vida é um gracejo, e ainda por cima estúpido. "

Você vem se culpando demais Nina. Até se achar inferior as suas irmãs Genya e Layalya pude observar em suas anotações. Não estou encontrando um ponto sequer de esperança neste amargo momento de sua vida. Precisamos nos encontrar o mais rápido possível, porém, toda vez que procuro por sua pessoa, nunca encontro ninguém em sua casa. E isto já vem constantemente acontecendo a algum tempo.


De seu amigo

Warlen Lindorico Guerra Freitas

Tempo frenético

O tempo está realmente corrido e ontem eu pude reparar isso. Cheguei da academia , almocei , escovei os dentes já pensando que teria de ir a rua fazer novamente a inscrição para o processo seletivo de professores da rede municipal de ensino. Lembrava que da última vez foi terrível!

Pegar todos certificados de cursos extras, documentos pessoais originais e cópias, organizar, digitar um currículo, entrar numa fila enorme com uma lentidão muito superior, quase em estado de inércia, para que depois uma pessoa me atenda fazendo com que eu forneça alguns dados como por exemplo endereço residencial, telefone etc...

O fato é que esse processo seletivo, não me traz boas lembranças em nada. Já tento pela segunda vez e não sei o que me acontece que não consigo uma boa colocação. Da última vez fiz 20 pontos em 30 questões, entretanto, o problema maior foi o tal do currículo que beneficiava quem tivesse um número maior de horas em cursos extras. A nota também não foi lá essas coisas e eu parei muito pra refletir como por exemplo: onde foi que eu errei? Em que eu tenho que me concentrar mais? E isso vem até dando certo.

Atualmente fiz dois concursos ao longo desse último processo seletivo. O de Ouro Preto, foi terrivelmente difícil pois cobraram muita coisa sobre o Estatuto do Servidor Municipal e eu só havia conseguido o mesmo uma semana antes. Já o de São João Del Rei, não encontrei muitas dificuldades. A prova de história estava fácil, conhecimentos gerais mais ainda. Só dei algumas tropeçadas na Língua Portuguesa que por sinal era interpretação de texto fazendo uma verdadeira "salada" em minha cabeça.

Agora eu penso que tenho que me dedicar neste processo obtendo uma boa nota, mesmo com tantas desconfianças de privilégios que pairam sobre minha cabeça. Ontem, no momento da inscrição, a secretária me perguntou se eu atuava na rede municiçal como professor e ao responder que não, a mesma deu uma pequena assinalada na folha de preenchimento que ficaria com ela. Fiquei com aquilo na minha mente pensando: "Será que quem atua terá alguma vantagem na questão de pontos iguais?" São coisas que às vezes me preocupam e me indignam. Não sei se é bom ou ruim, mas o fato é que tenho que estudar e ter mais malícia nas questões.

Dia corrido, cansaço chegando e eu ainda teria que fazer compras e dar aula a noite. O tempo realmente voa e às vezes não me dou conta, aliás, não dou conta do que eu tenho que fazer ao "longo" do dia no curto tempo que tenho. Isso me faz pensar novamente. Pensar nessa evolução frenética das coisas, a velocidade da informação, a preça e precisão que somos submetidos a resolver algo em menos de 24 horas por dia. O cansaço tem sido o produto dos tempos modernos mais consumido cotidianamente mesmo que todos tentem evitar ele sempre nos desce garganta abaixo.

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Quarenta anos


Existem pessoas que mesmo ao deixarem este mundo ainda permanecem nos corações de todos aqueles que julgam ter o sangue revolucionário correndo por suas veias. Vindo de uma famíla rica de fazendeiros argentinos, o jovem Ernesto Guevara de La Sierra logo começou a se preocupar, naquela época, com o andamento do mundo, ou seja, com as desigualdades galopantes entre povos ricos e pobres. Vendo isto, ele começa a ajudar pessoas menos favorecidas. Trabalhou voluntariamente oferecendo a leprosos seus serviços em medicina tendo como pagamento a eterna gratidão dos mesmos. Logo depois, como todo coração inquietante de revolucionário, se junta a alguns companheiros que se organizavam contra o imperialismo norte americano imposto aos povos da América Latina. Ao se unir a Fidel Castro e seu irmão Raul Castro, começariam a organizar um plano de luta armada para a libertação da ilha de Cuba que, dominada pelos Estados Unidos da América, servia como uma espécie de área de lazer aos ricos norte americanos. Para isso, se uniram ao principal inimigo dos EUA aspirando um apoio para sua libertação. Feito isto, a ilha sede as pressões da luta armada comandada por Ernesto, Fidel, Raul e Camilo Cienfuegos devolvendo ao povo sua dignidade. Mas, o sonho do guerrilheiro era ainda maior e Ernesto decide espalhar a revolução por toda América Latina tendo como base um discurso esquerdista contra a ampliação do imperilismo ianque. Entretanto, o Che passa por uma cilada na Bolívia onde é capturado por soldados treinados pelas tropas norte americanas denominados de "Ranger's". Enormes torturas foram feitas por eles e só no dia seguinte, eliminaram um dos mais importantes líderes da Revolução Cubana. Ao matarem Ernesto "Che" Guevara, seus inimigos imaginaram que toda revolução estaria acabada. Porém, se enganaram. Ao cometerem esta execução, não imaginariam que após quarenta anos, o "guevarismo" ainda se encontra aceso nos corações de multidões mostrando que seus pensamentos, suas atitudes, foram para lutar por uma maior dignidade de um povo sofrido, de um povo que amargava a explorção dos países desenvolvidos tornando - se a cada dia mais miseráveis. "HASTA LA VITORIA SIEMPRE"

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Onde está a liberdade de expressão?


Oi! Como Você tem passado ulimamente? Me desculpe caríssima amiga mas ontem não pude ver você devido ao fato de me encontrar aterefado com esse meu dia a dia corrido. Porém, hoje estou aqui e estou podendo observar que sua vida, logo depois que seu pai teve de se mudar, ainda continua a mesma tristeza não é mesmo? Como podem fazer isso com um homem tão digno como ele? Às vezes me pergunto se valeu mesmo a pena aceitarmos essa tal "Revolução" que tanto aspiravamos. Nos últimos dias, nosso país vem sendo governado com mãos de ferro e todos nós estamos pagando por não irmos a favor de idéias tão absurdas quanto estas. Me corta de tristeza saber como será nosso futuro se continuarmos a viver sobre tal regime tão autoritário. Outro dia ele fez um discurso se vangloriando de ter arrasado com o regime nazista, mas disconfio do que ele é capaz de fazer aos que se opoem. Bem no mais vou me indo embora pois já são 17h15m e tenho que lecionar hoje. Amanhã, quem sabe nos veremos mais uma vez e você volte a desabafar tudo comigo novemente? Darei sempre um jeito de lhe encontrar na medida do possível. Um forte abraço de seu amigo de hoje e sempre Warlen Lindorico Guerra Freitas

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Quero esse cotidiano


"Vai Warlen levanta daí. Já deve estar quase na hora de você pular fora dessa cama pois o despertador desse seu celular só vai lhe suportar até pelas 08:15, ou não seria esse o conbinado na madrugada das 02:45?" Logo a consciência fala mais alto e eis que desperto, meio tonto,olhos descordenados, já abrindo o bendito celular de luz azul fluorescente e olhando as horas. Antes de abrir o mesmo, olho pela janela, examino o dia e já penso: apaguei mais uma vez e dessa foi pra valer! Logo depois, em questão de segundos uma surpresa. Eram exatamente, ainda 07:15 e eu estava muito além do tempo perdido e do tempo no qual deveria estar de pé. Bom dia Kali! Porque não dormiu comigo esta noite sua ingrata? Será que não tem tido o que merece na minha humilde compainha? "Vamos lá Warlen (dizia ela mais uma vez), pois, como já diziam os antigos: Deus ajuda a quem cedo madruga!". E lá encontrava - me de pé. Passa talco no tênis, tira o pijama quente do corpo, coloca a bermuda do jubileu do ano passado, camisa de malha, desamassa o cabelo, arruma café com leite, pão com mussarela, iogurte de morango com banana, leite e linhaça. E lá vem ela:"Bora lá Warlen, pois você está no ritmo certo e nada de teatro por hoje, nada de torroristo, nada de água nos olhos do palhaço hein!" Passo no banheiro, molho o rosto, escovo os dentes, pego a garrafa d'água de 800ml e saio em direção à rua. Subo o morro, ando reto, passo por trás de você Feliciano e logo depois desço um caminho de pedras largas pedindo que hoje não apareça nenhuma em meu caminho tortuoso. Desço mais um morro e eis que chego ao local de destino. Um pouco suado, olho para ela e digo: "há quatro ou cinco meses que estou aqui e sempre gostei da sua compainha será que hoje poderíamos conversar por mais tempo?" A reposta foi positiva. Ela disse que sim e conversamos intensamente, por rápidos longos trinta minutos. Ela me fez suar como todos os dias, mas hoje senti algo diferente não nela mas em mim. Senti que acordara mais bem disposto, mais restaurado, amigável, enfim, com cara de esperança. Agora, 10:45,um pouco exausto, volto para casa onde pretendo tomar um banho daqueles. No caminho, pensei em rever Nina Lugoviskaya mas acho que deixarei tal encontro para outro dia, ou seja, quando o sol não estiver tão quente e intenso como hoje e quando meu corpo se sentir tão gélido como o de qualquer pessoa, qualquer civil, da triste e sofrida cidade de Moscou. Quem sabe a noite? "Ontem sonhei que eu estava em Moscou dançando pagode russo na boate Cossakou"

terça-feira, 2 de outubro de 2007

UPGRADE???


Eu quero novamente dar otro upgrade em mim mesmo. Sei lá, toda vez que isso acontece eu me sinto melhor. Antes foi um metal na narina, agora será bícep's esquerdo ou direito que vai sofrer um pouco. Ai, ultimamente venho tendo momentos de grande entusiasmo e ao mesmo tempo, de profunda falta de perspectiva.É díficil explicar mas meus pés já foram mais agarrados ao chão do que agora.Sinto que às vezes eu não atinjo um objetivo de uma forma esperada e ou planejada por mim como deveria ser. Dá uma angústia ferrenha que tenta me consumir por completo e depois passa, vagarosamente mas passa. É um sentimento estranho que me deixa um gosto amargo na boca e uma secura na alma insuportável fazendo com que minha aparência passa a se tornar triste, cabisbaixo com as pessoas. Sentimento estranho! Será que estou em fase de depressão? Será uma simples crise na qual não estou vendo a solução que normalmente pode estar a um palmo do meu rosto? É só sei que eu não ando muito bem comigo mesmo e preciso encontrar a solução...tomara que a mesma não acabe ferindo outras pessoas que estão ao meu redor.

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Saudade lisérgica


Era fim de semana e a felicidade parecia que não tinha limite. Abraço aos amigos, beijos nos rostos,elogios aos que merecem,cigarros, drogas, cerveja, piscina,barracas, enfim tudo perfeito.Mas de repente bateu aquela saudade!Uma saudade que me deixou tonto, lerdo,mole...eu sentia aquilo como um efeito colateral muito forte que apertava meu peito parecendo que eu iria explodir.Neste momento eu não entendi nada,mas aos poucos fui me dando conta.Era uma música que havia tocado.Era uma música que causou em mim um calor que provocou arrepio.Era uma música que entrou na minha cabeça de uma forma tão rápida, um curso de um rio, um rio que provoca arrepio, um rio que corta a distância, um rio poluido que há poucos dias atrás servia como ponto de referência.E ai volta essa saudade cheia de desejos incontroláveis, incertezas,perigos, verdades. A saudade ultimamente anda me cortando, me dilacerando por dentro e isso tem me feito até bem.Isso tem me feito pensar.Pensar tanto que aos poucos me deparo com as minhas buxexas totalmente...rosadas e isso me faz tão bem!Passam dores, passam mágoas,mas a saudade não passa...saudade, saudade, hoje eu sei o que é dor de verdade.Dor?Mas o que seria essa dor que ao mesmo tempo me deixa tão feliz, tão ativo,despretencioso...tão exitado!

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Quando a cigarra cantou clareou


A televisão dentre outros meios de comunicação de massa, ficaram um tanto quanto atordoados em se tratando da inexata previsão do tempo desta semana. Desde semana passada, segundo meterologistas, estávamos iniciando a estação das flores. Aquele frio da manhã, com o costumeiro aspecto acinzentado, começara a dar lugar a um sol ameno que a cada hora do dia ganhava mais intensidade. Entretanto não foi bem assim. A segunda - feira mostrou toda a sua força solar fazendo com que todos literalmente pedissem água. Gargantas secas, corpos suados, pequenas roupas,congestionamento frenético em sorveterias, eram os detalhes que mais se notavam pelas ruas. Isso é a primavera?Tá a cara do verão! (pensei). Foi só tomar mais um gole de água, passar a língua úmida nos meus lábios, fechar a minha boca e esperar durante algumas horas que minha "surpresa" seria maior ainda.

No dia seguinte, ao pensar que seria uma continuação do outro, me deparei com uma espécie de "retorno do inverno". Como seria possível? Ontem um calor na terra do "quinto dos infernos" e hoje um frio que soprava em meus ouvidos colocando meu corpo todo gélido como um cubo de gelo. As roupas que eram pra ficar guardadas até a próxima estação voltaram a tona para que pudesse me proteger dos ventos cortantes e as pessoas que ansiavam por água, prefiririam bem mais um bom prato de sopa. Senti na pele, além do frio cortante, a ação que nós bestializados homens primatas estamos causando a natureza.

A pobre coitada já não consegue nem mais orientar seu fluxo correto dos períodos das estações. Se em um dia foi verão e no outro um "retorno do inverno" ai de mim esperar o que seria no dia próximo. Eis que surge o próximo dia. Ao acordar um pouco tonto, olho pela janela do meu quarto e o que vejo é um dia novamente acinzentado. Pronto! Agora será uma dobradinha entre ambos: um dia de verão outro dia de inverno. Mas ela, a principal de todas não vem, já está com um certo atraso e isso não é bom. Passado alguns instantes e não é que o tímido sol começa a surgir acompanhado de um vento leve onde as flores das árvores começavam a balançar, as cigarras não paravam de cantar, parecendo dar a ela as boas vindas neste tempo tão confuso. Passei a admirar aquela paisagem tão bucólica onde respirava um ar tão fresco que enchia meus pulmões e meu coração de satisfação ao saber que ela estava ali pronta para ficar conosco mais uma vez.Mas...até quando?

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

É preciso eliminar nossos ditadores


Cada ser humano quando pronuncia as primeiras palavras e adquire os seus desejos, expõe com total clareza a presença, dentro de si, de um ditador que se empenha, que faz das "tripas coração", ao tentar impor aos demais sua própria vontade, gerando o atendimento imediato de seus caprichos, ou seja, que todos lhe façam gosto, as honrarias da casa,em suma que todos lhe obedeçam.Tal atitude é na verdade a soberba de amor próprio, a incensatez que adverte que todo proceder correto, nobre e amplo haverá de inspirar simpatia e confiança, enquanto a postura caprichosa, autoritária e intransigente conspirará contra a própria personalidade. Seria o absolutismo do instinto, a negação da sensatez, o reverso da compaixão onde são esboçados os defeitos mais comuns de nós seres humanos.Acaba por se formar um ser egocêntrico, tendo como causa constante de sua dificuldade de colocar - se bem onde quer que atue. Este pretende para si o que nega aos demais. Esquece a lei de correspondência ao próximo. Por isso cada um de nós haverá de primeiramente identificar, combater, eliminar o ditador pretencioso que se disfarça, qual camaleão nas profundezas de nossas faculdades mentais.

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

O risco dos fatos históricos através da mídia


Podemos observar que fatos históricos vêm sendo constantemente lembrados de uma maneira um tanto quanto midiática, ou seja, ao longo dos anos os estudos sobre os fatos históricos explorados pela mídia vêm, cada vez mais, ganhando um caráter memorial.
Tal caráter, através de extensos documentários, na maioria das vezes, colocam a história de uma maneira limitada como se todos os seus acontecimentos fossem pertencentes somente ao século XX.
Um exemplo seria o Holocausto que é colocado sempre como o maior genocídio de toda história. Tudo isto se deve a mídia que tem uma enorme referência pelos "aniversários de fatos históricos do século XX", principalmente quando os mesmos são constituídos por duas, quatro, cinco decádas.
O culto da lembrança em determinado momento chega a ser tão excessivo que são organizadas pela mídia várias comemorações lembrando os 40 anos da ditadura militar no Brasil, os 60 anos do fim da perseguição nazista aos judeus entre outros. Não que tal atitude seja desnecessária para termos uma certa noção de acontecimento dos fatos. Porém a mídia não deveria expô - los de cinco em cinco ou dez em dez anos e sim de uma maneira mais satisfatória. Entretanto, o mal de tudo isso seria o de que com a explosão de "aniversários" os que são desprovidos de conhecimento prévio acabam deslocados do mundo perdendo toda a percepção não assimilando os fatos com as devidas décadas, os devidos locais.
O que é mais espantoso de se observar nesse advento compulsório da utilização da memória é nada mais do que o próprio esquecimento. A mídia reforça tanto os fatos mais recentes, que outros de maior importância acabam tornando - se mais uma página virada na história ou seria do jornal?
Reforçando sobre o esquecimento, no ano de 2004 o jornal Estado de Minas publicou em um de seus cadernos voltados para público jovem intitulado de "D+", uma matéria que se encaixa perfeitamente nesta questão. Foram feitas em várias escolas da grande BH um levantamento com alunos da rede de ensino médio (tanto particular quanto pública) simples questionamentos sobre conhecimentos gerais como por exemplo: "Você sabe quem foi Luís Carlos Prestes?" Ou "conhece Yasser Arafat?" O resultado foi alarmante. Houveram respostas absurdas onde uma das mais infelizes, segundo os repórteres, foi quando perguntaram um aluno de 3º ano do ensimo médio quem foi Ernesto Geisel e o aluno respondeu que foi um dos políticos mais importantes do governo Lula.
Não devemos culpar o desconhecimento destes alunos, mas sim o ritmo frenético do sistema por vivermos dançando no embalo da informatização, nos tornando escravos de toda tecnologia imposta por uma mídia globalizada que só "informa" o que for mais conveniente destruindo toda noção de tempo e espaço.
Sendo assim, a mídia pode ser vista de certa forma como uma espécie de polvo gigante que estica seus tentáculos cada vez mais mundo afora apropriando - se dos fatos onde se exaltam poucos e se esquecem de muitos.

P.S.: na cerimônia de comemoração do holocausto, foram erguidas centenas de milhares de lápides em homenagem aos judeus da Alemanha. Porém, a mídia deu mais importância as pedras erguidas do que informar que as mesmas foram erguidas custeadas pela IBM. A principal empresa que na época de ascenção do governo totalitário ajudou Hitler no cadastramento das casas de judeus. Não foi também informado pela mesma que com o capital investido nas lápides, daria para amenizar a situação do desemprego de boa parte dos alemães que moram em cidades que antes da queda do muro de Berlin pertenciam ao Bloco Oriental.

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Escarlate


Nos últimos dias não sei porque, a cor vermelha tem seriamente me chamado a atenção. Ela realmente é muito atrativa! O vermelho do esmalte na unha mesmo que lascado, o vermelho daquela blusa, o vermelho dos lábios carnudos, o vermelho das palavras intensas, o vermelho do morango ao ser colhido e levado a boca, o rubro abaixo da cintura. Realmente a cor vermelha sempre traz...excitação.Ai vermelho...me cort por ti!"o lençol manchado de sangue exala rubro perfume de amor e dor o sonho rubro do barão vermelho tinge de sangue as asas da imaginação astros vermelhos num céu vermelho refletem-se vermelhos no mar vermelho o ninho escarlate do pássaro de fogo ruboriza as faces encarnadas dos amantes lá fora as folhas rubras caem na tarde outonal aqui dentro na madeira vermelha do pau-brasil gemem as cordasdo violino..."Roberto Cursino de Moura

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Nostalgia


Quando eu era criança não pensava como os outros meninos da minha idade que adoravam futebol e faziam do mesmo o seu maior sonho de consumo. Pra falar a verdade, eu nem sei o que pensava da minha própria vida, ou seja, os rumos aos quais ela seria levada. Entretanto, imaginava que tudo iria ser fácil demais.
Pensava que quando eu "fosse grande", não iria ser rico. Mas teria uma mulher, quatro filhos, onde os meus brinquedos de infância ficariam estáticos, aguardando o seu desenvolvimento para que eles pudessem atingir a idade de brincar.
Os anos passam e num determinado momento, a vida não lhe dá mais um tapa na cara para que acorde mais sim um forte soco na boca do estômago com a intenção de que você acorde para as verdades do mundo capitalista.
É aí que observamos os moldes com que vamos sendo tocados, nos tornando mais frios só pensando em "crescer na vida", "subir na vida" e essa repetição mecanizada acaba jogando por terra pequenas coisas simples da vida como um bom dia ou um olá que ganhamos pela manhã.
Infelizmente é lastimável que a maior parte da sociedade, na intenção de emergir - se economicamente tenha chegado a tal ponto desprezando a bondade intrínseca do ser humano.