quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Quero esse cotidiano


"Vai Warlen levanta daí. Já deve estar quase na hora de você pular fora dessa cama pois o despertador desse seu celular só vai lhe suportar até pelas 08:15, ou não seria esse o conbinado na madrugada das 02:45?" Logo a consciência fala mais alto e eis que desperto, meio tonto,olhos descordenados, já abrindo o bendito celular de luz azul fluorescente e olhando as horas. Antes de abrir o mesmo, olho pela janela, examino o dia e já penso: apaguei mais uma vez e dessa foi pra valer! Logo depois, em questão de segundos uma surpresa. Eram exatamente, ainda 07:15 e eu estava muito além do tempo perdido e do tempo no qual deveria estar de pé. Bom dia Kali! Porque não dormiu comigo esta noite sua ingrata? Será que não tem tido o que merece na minha humilde compainha? "Vamos lá Warlen (dizia ela mais uma vez), pois, como já diziam os antigos: Deus ajuda a quem cedo madruga!". E lá encontrava - me de pé. Passa talco no tênis, tira o pijama quente do corpo, coloca a bermuda do jubileu do ano passado, camisa de malha, desamassa o cabelo, arruma café com leite, pão com mussarela, iogurte de morango com banana, leite e linhaça. E lá vem ela:"Bora lá Warlen, pois você está no ritmo certo e nada de teatro por hoje, nada de torroristo, nada de água nos olhos do palhaço hein!" Passo no banheiro, molho o rosto, escovo os dentes, pego a garrafa d'água de 800ml e saio em direção à rua. Subo o morro, ando reto, passo por trás de você Feliciano e logo depois desço um caminho de pedras largas pedindo que hoje não apareça nenhuma em meu caminho tortuoso. Desço mais um morro e eis que chego ao local de destino. Um pouco suado, olho para ela e digo: "há quatro ou cinco meses que estou aqui e sempre gostei da sua compainha será que hoje poderíamos conversar por mais tempo?" A reposta foi positiva. Ela disse que sim e conversamos intensamente, por rápidos longos trinta minutos. Ela me fez suar como todos os dias, mas hoje senti algo diferente não nela mas em mim. Senti que acordara mais bem disposto, mais restaurado, amigável, enfim, com cara de esperança. Agora, 10:45,um pouco exausto, volto para casa onde pretendo tomar um banho daqueles. No caminho, pensei em rever Nina Lugoviskaya mas acho que deixarei tal encontro para outro dia, ou seja, quando o sol não estiver tão quente e intenso como hoje e quando meu corpo se sentir tão gélido como o de qualquer pessoa, qualquer civil, da triste e sofrida cidade de Moscou. Quem sabe a noite? "Ontem sonhei que eu estava em Moscou dançando pagode russo na boate Cossakou"

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