sábado, 27 de fevereiro de 2010

Um verão frio, cinzento e amargo


Era tudo novo mais uma vez. Tipo físico diferenciado, nível cultural diversificado, ânimo que não via há tempos em uma companhia. Sempre disposta a tudo seja lá onde for o divertimento ou coisa que o valha. Realmente ficava cada dia mais admirado, bobo, feito um adolescentezinho no auge dos meu vinte seis anos. Eu, logo eu que achava que já estava calejado em relacionamentos, vinha me surpreendendo a cada dia, passei até pelo esquecido elevador que sempre age na barriga. Algo que sobe, depois desce, às vezes emperra nos deixa rubro, sem ação. Pensava que já não mais passaria por tal situação mas quem sou eu para controlar meus impulsos? Eu nessa minha pequenez insignificante vinha me entrelaçando de uma forma que não podia me conter. Todos me perguntando sobre a quantas andava e sempre tentava esconder por alguns segundos uma mentira que se desfazia com um sorriso enorme onde os olhos ficavam apertados de tamanha alegria. Tudo era quase perfeito, crescia feito o sol do mês de janeiro, era cada vez mais e mais intenso. Horas e horas de uma noite quente juntos sem nos preocuparmos com o tempo, acompanhados de garrafas de vinho e cigarros de palha sob imensidão de um céu indescritível. Mas como tudo não é só alegria, as nuvens negras que estavam longe de um céu límpido não poderiam deixar de se aproximar. E, ao pensar, que iriam embora logo deixando que brilhássemos mais uma vez, as mesmas insistem em continuar pairando sobre nossas cabeças. Deveria ter me escutado. Ter dado ouvidos ao meu subconsciente que martelava devagar orientando a não me abrir em tamanha fissura. Fui tomado por tamanha imensidão que não pensei nos riscos, nas aflições, nos conflitos. Só tinha olhos única exclusivamente para a felicidade sem me importar com o amanhã buscando somente o hoje, o agora. Me deparo com essa situação e não me conformo com o fato de ser simplesmente um namoro de verão ou algo desta espécie. No fundo sinto que foi mais intenso que isso. Sei que a conversa, o famoso “vamos discutir a relação” foi pior do que eu pensava porque havia cobrança de ambos lados que geraram divergências até então não comentadas e para finalizar, é lógico que não poderia faltar para completar um bom e autêntico dramalhão mexicano, uma terceira pessoa que fizesse algum comentário, que agisse de má fé, aumentando a tensão. Passo os dias pensar a quantas andamos. Já não nos vemos a uma semana e nosso orgulho chega a ser tanto que um não procura pelo outro deixando que esse outro o faça afinal cada um deve colocar dizer em pensamentos: “não sou eu o culpado”. Afim de me abstrair dobrei o nível das minhas corridas. É, eu literalmente corro afim de que tais pensamentos se evacuem com o vento que bate em meu rosto secando duas magras lágrimas que escorrem do olho esquerdo misturando – se ao meu suor salgado e intenso. Nada adiantou. Minha corrida é feita em círculos, numa noite de domingo, mais precisamente na redoma da Romaria sendo assim é como dar uma guinada nos pensamentos, um giro de trezentos e sessenta graus, ou seja, saio do zero e a ele retorno. Ainda penso muito em você!

2 comentários:

Unknown disse...

Não seja por isso, surgi depois e o que eu mais desejo é a sua felicidade, consequentemente a minha.

Cotidiano do Guerra disse...

Era nada mais do que meu pequeno e insignificante desabafo sobre minhas inquietações, entretanto ele foi logo sanado em outro post acima você reparou? :)