quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Perturbação das minhas faculdades em um quarto escuro

Madrugada de terça – feira. Sinto meu corpo um tanto quanto quente. Tento dormir para acordar bem cedo no outro dia, mas a tentativa é em vão. Os olhos não se fecham e deitado em um quarto escuro, a temperatura não só do meu corpo como também do ambiente, começam a se elevar lentamente fazendo com que a insônia me vença por um extenso período da noite.

No dia seguinte, graças ao irritante som do despertador, consigo me erguer no horário estipulado, porém com dores múltiplas na garganta e no corpo. Mesmo com este incômodo, não poderia faltar ao meu compromisso matinal.

No trajeto, pareço me sentir um pouco melhor. Na fila de espera, passo a observar e conversar com várias pessoas que ali se encontram com a mesma finalidade. Ao chegar minha vez, faço todo o procedimento necessário permitindo que o meu braço esquerdo comece a fluir sangue.

Ao retornar a minha casa por volta das 10h00min sinto o mesmo mal estar de horas atrás, porém de maneira mais intensa fazendo com que meu corpo se entregasse àquela mesma cama ainda desarrumada do quarto escuro. Mosquitos com um zunido insuportável começam a sobrevoar minha cabeça e ouvidos atrapalhando todo meu descanso. A febre parece vir com mais força e já sobre efeitos de antitermicos, sem saber o que fazer, ligo a televisão. Ainda mesmo que tomado por certa sonolência passo a prestar muita atenção em um telejornal local onde uma notícia me chamou a atenção, aliás, me causou preocupação. Falava – se sobre um surto de febre amarela onde seu principal foco era justamente o estado de Minas Gerais. Foram dados os sintomas mais evidentes: língua, pele e mucosas amareladas, cansaço e dores no corpo. Levanto – me rapidamente em direção ao banheiro. Escarro uma enorme bola de catarro na pia, fito – me detalhadamente no espelho chegando a uma conclusão: dos cinco sintomas da doença, três estou totalmente ileso.

Voltando a cama do meu quarto, que já adquirira forma do meu corpo em seu colchão feito um molde de argila, tento descansar. Passados alguns minutos (nos quais não consigo dormir) começo a refletir, ou melhor, delirar. Começo a pensar que não devo estar totalmente ileso do surto de febre amarela. Para isso, coloco várias hipóteses sobre uma propensão de estar 75% com febre amarela, pois no quarto havia inúmeros mosquitos que além de não me deixarem dormir, com toda certeza me picaram várias vezes. Sendo assim para que se chegasse a 100% de contaminação (pele, língua e mucosas amareladas) era só uma questão de tempo. Dentre poucas horas iniciaria – se a metamorfose patológica.

Sem mais uma vez saber o que fazer, aguardo a amarelidão com sarcasmo, deitado em minha cama, passando o controle remoto da televisão por todos os canais abertos dos mais fúteis aos mais cultos (que são raríssimos) e ainda não amarelei. Mas cela passera (mas isso passa).

2 comentários:

Erick Sheldon disse...

seu comportamento é normal!
mas apresenta uma pequena dose de loucura...
o q é muito bom...
os loucos se expressam melhor...
e na minha opinião nem são tão loucos assim!
são considerados loucos aqueles q a sociedade sistemática não consegue controlar!
se estar louco é estar livre,quero enlouquecer tbm!

Gislaine disse...

...posso pelo menos te dizer q naum eh febre amarela naum.
dou pala de ler esse texto.