terça-feira, 2 de março de 2010

Acontecia sempre nas manhãs de Domingo. Meu pai, juntamente com minha mãe, nos levava a missa bem cedo, acho quer era uma das primeiras não me recordo bem do horário, mas a sonolência era evidente. Passávamos quase uma hora na igreja e logo depois íamos em direção a casa dos meus avós que já não fazem mais parte desse mundo. Era um trajeto bem curto. Logo ao sair da igreja, seguíamos em direção a até então pequenina Escola Estadual Engenheiro Oscar Weinscheink, que hoje já se encontra nas mãos do município, e logo abaixo chegávamos ao nosso destino. Meu pai sempre levando alguns apetrechos pois todo Domingo era dia de desfazer a barba de meu avó e meu pai era o único que exercia tal feito sem irritar sua pele.
Na cozinha sempre havia café passado na hora em cima de um fogão a lenha com um tom avermelhado, leite e broa de milho que minha avó fazia como ninguém. Ficávamos algum tempo fazendo nosso desjejum enquanto meu pai conversava sobre com meu avô. Eram sempre conversas das mais diversas e sempre a política da cidade estava na pauta e meu avô sempre concordando com as ideias de meu pai, afinal, quem comandava a navalha em sua jugular não era ele e sim meu pai. Logo após este feito meu avô sempre perguntava ao meu pai quanto era e meu pai imediatamente dizia: “não é nada seu Lindorico, domingo estamos aí de novo.” Em seguida meu pai chamava a todos e quando estávamos nos despedindo, meu avô chamava um a um em seu quarto e retirava de seu velho guarda roupas quatro maçãs bem rubras de tanto esfregá-las em seu paletó nos dando a benção. Era mais um rotineiro domingo cumprido que já não pode ser exercido. Ficou apenas na memória

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