sexta-feira, 5 de março de 2010

Uma forma de juntar algo

Certo dia escrevei aqui sobre algumas mudanças no tempo. Algo a ver com essa tal modernidade a qual o dia passou a ser ínfimo diante das vinte e quatro horas. Às vezes nos deparamos com certo remake, um vai e volta de algo que se usava a tempos e agora voltou, porém, com uma nova roupagem. Vivemos numa espécie de saudosismo ao dizer: “no meu tempo era assim, no nosso tempo era assado.” Mas na realidade algumas coisas se eternizam, nunca serão substituídas. Outro dia, não em um tempo muito distante, anunciaram que o livro, esse que fora inventado a anos desde as primeiras escritas rupestres nas paredes, passando por papiros, chegando a escrita de penas, em um amontoado de folhas nobres com sua fonte perfeitamente alinhada com um toque final uma capa dura de luxo, estava com seus dias contados. O seu novo substituto? Ninguém menos que essa máquina a qual teclo de forma frenética. Disseram que o computador além de narrar o livro desejado, encontraria qualquer obra em segundos e o usuário poderia desfrutar da mesma acompanhando toda historia pela tela. Mas o bom e velho amigo de cabeceira continua firme e forte até hoje. Suas vendas nunca cessaram, pelo contrário, na sede voraz de conhecimento, elas aumentam mais e mais. Vendo isso, hoje eu comecei a refletir e tomei uma decisão que para muitos não é grande mas para seria uma forma de eternizar, tornar viva coisas que eu possa tocar manusear. Não, não, não! Não irei escrever um livro até porque me vejo limitado a tal realização. Eu simplesmente tive uma ideia, algo que me colocasse em contato com o passado vivendo no presente. Pensei em pegar várias folhas de papel vergê, mais ou menos cem. Tudo da mesma tonalidade e pedir que as encadernem em uma capa dura cor vermelha ficando idênticas as clássicas obras de Victor Hugo, Cervantes entre outros tantos. Nestas folhas começarei a registrar quase que cotidianamente fatos que forem de certo modo interessantes. Algo que possa acontecer comigo e a todos que me cercam. Momentos de alegria, tristeza, vitória, derrota. Soa muito parecido como um diário, mas na verdade não o classificaria como tal e sim algo mais inocente, algo sem tão compromisso e mistério. Nada de muitos segredos, apesar de haver coisas implícitas. Essa minha vontade já era antiga, afinal de contas eu rascunho todos meus escritos em papel e normalmente em qualquer papel que na maioria das vezes se perdem. Agora eles estarão reunidos, juntos onde boa parte dos mesmos estará jogada aqui.

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