quinta-feira, 11 de junho de 2009

Não há como evitar: um dia ela bate a nossa porta

O mês passa sem nenhuma agitação, sem mudança alguma que me satisfaça interiormente. Espero pelo final de semana como aquele garoto bobo, magro, de espinhas na cara, cheio de expectativas que aguarda o mesmo fim de semana para se encontrar às escondidas com a garota que seria a primeira e única namoradinha, a mulher de sua vida. No entanto os tempos mudaram e as expectativas já não são tão aguardadas quanto uma nova espinha que surge de modo inesperado. Agora tudo é mais frio como este mês, mais exato e racional quanto ao modo de vida ao qual me anexei. O final de semana corre noite afora e se esvai pelas minhas lisas mãos sem cor alguma e sem graça como muitos outros recentes. Lá se vai mais um final de semana e o início de uma nova seguem-se de uma tristeza que parece a cada hora insistir em tomar conta de todo o ambiente.
Dentro de um quarto escuro, permaneço por mais de vinte e quatro horas pensando na mesmice, na preguiça de me levantar e saber se era dia ou noite, pois se quisesse exercer tal tarefa, bastava ligar a TV e observar a programação PLIN PLIN alienante. Passam-se as horas e a tristeza insiste em ficar me levando cada vez mais para baixo. Era como se cada alteração dos ponteiros, um buraco feito um poço se abria embaixo de minha cama. Prova disso se encontrava-se estampada no meu aspecto: rosto inchado, olhos vermelhos, boca ressecada dando uma mostra mais que explicita do meu estado de estrago. Me senti sugado pouco a pouco nestas mais de vinte e quatro horas para um poço e agora me mostro todo disforme jogando por terra a imagem de homem forte e batalhador feito uma enorme muralha intransponível a qualquer onda de tristeza. Tenho medo! Medo do poço. Preciso de uma corda, uma escada, uma mola.

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