segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Coisas da minha vida


Meus sábados são, na maioria das vezes, cheios de alegria onde passo as noites sempre ao lado de pessoas que tenho enorme apreço. Entretanto, o último foi uma inversão de valores, algo que meu peito já deveria ter se preparado desde meados da semana na intenção de superar o impacto. Me senti como uma criatura fulminada pela dor da ausência onde tenta arquejar o último sopro. Minha respiração exalava angústia sibilando com meus lábios. Pensei o resto da tarde em algo que me retirasse de tamanho torpor, mas o esforço teria que ser bem maior do que levantar barras de aço ou pesados alteres duas vezes ao dia me arrancando desta insanidade que me invade. No meu rosto, desenhou – se o pavor que aos poucos vinha sendo apoderado com a infeliz idéia de abandono e chego a imaginar que o amor não é nada mais do que um capricho, uma doce preferência, um suave devaneio. Esse amor que supunha uma ilusão de poeta ou um sonho da minha imaginação já se encontra na sua mais perfeita realidade esplêndida: a infeliz idéia de que uma luz de felicidade irradiante tenha sido apagada por um gélido sopro. Mas Cela Passera!

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Geração tipo assim


A festa é um tanto quanto semelhante às festas de crianças, porém sem a presença das mesmas. Os convidados são na maioria das vezes pessoas jovens que se misturam a uma decoração totalmente psicodélica em meio às luzes e flashes fazendo com que o mais rápido movimento dos braços torne – se, aos nossos olhos, uma falsa lentidão. Os horários são os mais noturnos possíveis, onde ao mais forte escurecer da negra noite, as velinhas se acendem de um modo exacerbado e os parabéns a você é celebrado com a ausência das palmas e umas batidas musicais repetitivas que penetram nos tímpanos deixando todos em estado elétrico. Os palhaços são totalmente estilizados e rodopiam todo espaço físico da festa dotados dos mais diversificados mala bares encantando todos convidados que se distraem com a grandiosidade da atração circense.
Bolo e guaraná não fazem parte do vasto cardápio, entretanto existem muitos doces pra você onde após um alto consumo de balas, aumentando de forma considerável o nível de serotonina, resultando em uma felicidade momentânea, todos sentem uma sede excessiva e passam a fazer o uso de água como se a mesma fosse a mais nobre bebida ali encontrada.
A música segue noite afora e percebe – se todos tragados na constante amálgama de doces, balas e água sempre com o corpo num movimento frenético, quase involuntário, dançando de um modo totalmente mecanizado fazendo jus à nova face de uma juventude totalmente alienada. São pessoas sem qualquer teor de percepção política, sem certo motivo para tal rebeldia, sem algum poder de contestação com o mundo.
Neste constante andar da carruagem a imagem juvenil de jovens hippies do fim da década de 1960, constantemente relembrada como meio de ilustrar o perfil da contestação, vem aos poucos sendo apagada por esta nova geração antipensante. Jovens com ideais de liberdade, política e democracia afim de pacificar o sanguinolento mundo cravado nessa infeliz selva de pedras, vêm sendo substituídos por outros personagens sem quaisquer ideais, cheios de um vazio intelectual que assombra, causa náusea.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Por quê que a gente é assim?

Olá estranho! Hoje fui tipicamente “American Way of Life.” Fiz compras, carreguei sacolas de plástico, apreciei mais e mais roupas. Sabe aquela lojinha de computadores que sempre falo a você? Então, por menor que seja seu espaço sempre tem coisas muito modernas e bonitas por lá. Gostei muito de um computadorzinho que vi numa prateleira de tábua branca com odor de verniz que entrava nas minhas narinas me deixando meio tonto. Você deveria vê – lo! Era menor do que os didáticos que carrego na minha mochila feita de lona. Foi uma pena que não pude comprá – lo. Mas aquela impressora que estava ansioso sai com sua caixa nas minhas duas enormes mãos levando em cima da mesma uma Web Cam bem pequena, mas de uma nitidez incrível. Os pesos hoje ficaram um tanto quanto mais pesados. Acho que deve ser as aulas de pilates que ando fazendo. Lá você se sente nas nuvens! Nunca pensei em me esticar tanto e nunca pensei que pudesse realmente exercer tal tarefa desse nível. No mais que você durma bem e não deixe a tevê de plasma ligada. “American Way of Life.”

Comportamento pueril

Hoje nos ajudamos de forma totalmente solidária. Eram quatro mãos e duas cabeças que em questão de instantes, montaram toda aquela parafernália periférica do mesquinho e descartável século XXI. Ele, primeiramente olhou com estranheza o monte de papéis escritos em várias línguas como inglês, francês, japonês, alemão e italiano fazendo jus ao imperialismo atuante do G8. Eu ficava observando imagens e indo para cima daquela máquina esquisita não acertando encaixe algum. Foi aí que resolvemos nos juntar e tudo saiu de forma clara.

O que me deixou mais admirado foi o fato de tal momento nos remeter a um passado não muito distante, mas que estava quase apagado da minha memória. Nossos potes de peças Lego! Nossos pais sempre chegavam com aquele brinquedo dizendo a mesma frase: “monta a cidade Lego pra mim?” E me lembro perfeitamente que sozinhos nunca conseguíamos nada do que eles pretendiam ver como era exposto no rótulo da embalagem plástica. Se não nos juntássemos, aquilo seria um fracasso total com peças espalhadas sobre aquele frio chão de ardósia em tom verde escuro que manchava nossos joelhos e pernas deixando – nos com uma aparência de extraterrestres ou coisa que nos valha.

Agora depois de realizada essa nossa atual montagem em conjunto, depois de tanto tempo, estamos aqui às 11h40m em mais um momento nostálgico, assistindo chaves e chapolin apostando quem consegue acertar as falas dos personagens de tão repetitivo que são os episódios gargalhando sempre em tom maior com as burrices do pobre garoto ZN.

Outro ponto alto foi a parte do suco que você acabou se lembrando da cor vermelha. Quando tomávamos uma marca denominada de “Ki Suco”, sempre sabor morango, íamos para a rua, logo após o almoço, dizendo para todos que nossas línguas estavam saindo sangue. E só de pensar que tudo isso era “culpa” sua. Era tudo idéia sua.