quinta-feira, 22 de abril de 2010

Tudo como antes no quartel de Abrantes. Mar de Almirante de céu de Brigadeiro

Parecia tudo aparentemente normal. Mais um dia de visitas a mais linda das enfermas que se recupera de uma delicada cirurgia a modos cavalares. Lanche da tarde, algumas visitas demonstrando um explicito afeto, conversas saudáveis e filmes de suspense ao por do sol iniciando a entrada de uma noite, também ao nosso modo, aparentemente normal.
O enredo do filme, desta vez, não era sobre um fato histórico mesclado a ficção ou coisa que o valha mas sim um daqueles suspenses policiais, onde o assassino está o tempo todo bancando a vítima ou o bom mocinho para mais tarde revelar-se o pivô de todo derramamento de sangue com suas tantas peculiaridades onde, para variar, em pelo menos oitenta por cento dos casos, você olha para a pessoas que está ao seu lado boquiaberto dizendo aquela frase clichê: “Eu jurava que não era ele! Estou bobo! Como assim? Fui enganado o tempo todo.” Entre outras que agora, felizmente, prefiro ocultar.
Ao entardecer, por volta das vinte e duas horas, selecionamos mais um filme que fora indicado por funcionários da locadora, ou seja, algo para gerar uma enorme desconfiança pois funcionários de locadoras são bastante democráticos com filmes. Você pode alugar o pior filme, aquele que leva o oscar framboesa, como por exemplo o “Paizão”, eles irão dizer: “Este? Ah... este é ótimo! E é um filme para toda a família. Você vai gostar”. E para piorar, sem nunca ter locado um filme para sua pessoa ele completa: “É a sua cara!” Em suma, era u filme daqueles de terror barato ao qual ele havia classificado, pasmem, como suspense. Preferimos ignorar e passar para algo que chamasse mais atenção. Era um filme baseado em um grande romance inglês do século XIX se não me falha a memória.
Começaria então mais uma rotina cinéfila. Havia tempos que não encontrava algumas horas disponíveis para a sétima arte. Levantamos. Um dirigiu-se ao banheiro, outro ao aparelho de DVD. Logo depois, ambos foram até a cozinha afim de refastelarem-se com alguns bons pedaços de torta que sobraram daquele mesmo lanche da tarde.
A principio o filme demonstrava exigir um certo grau de concentração em sua historia, uma vez que era contado por passagens no passado dando um salto para o presente que era o tempo atual dos personagens. Me senti um pouco entediado e minha mente, ou seja, uma pequena parte dela, estava focada ainda naquele serial killer que me enganara alguns minutos atrás. Já a outra parte em um dia típico de cinema onde o filme em questão não é o mais importante mas sim a pessoa que está ao seu lado. Era tudo propício: luz apagada, poltronas totalmente aconchegantes, um cheiro diferente e um ar cada vez mais leve de uma noite fresca que com o andar da carruagem foi, aos poucos, se modificando. Nossos beijos foram ficando cada vez mais intensos e as trocas de olhares representavam cada vez mais um sinal de sim e eu, dono de uma aparente frieza que considero como uma virtude me dando um auto controle esplendido, fui tomado por uma volúpia que me contagiou da ponta do meu polegar direito a minha vasta cabeleira. Fiquei fora durante um bom tempo. Era como não escutasse ou sentisse nada naquele momento, como se estivesse em função única sem me importar com as futuras conseqüências. Arfei consecutivas vezes, não encontrava ar e meu coração parecia querer extravasar meu peito. Meu corpo se aglutinava cada vez mais àquela pele branca formando um enorme contraste com o tom acobreado da minha. Nossos desejos iam cada vez mais além até que tudo aquilo deveria chegar a um fim que ao meu ver, depois do acontecido, me parece hilário. Fomos interceptados pelo som dos degraus que iam ficando cada vez mais fortes até o nosso encontro. Foi por um triz! Milésimos de segundos. Acho melhor abandonar os filmes por alguns dias e entrar na era do “baixo consumo de energia”, ou seja, contribuir para o planeta. Devemos jogar Can Can.

Um comentário:

Unknown disse...

Nada se compara com os momentos que estou passando com você, a felicidade que só você é capaz de trazer, aos seus carinhos, beijos, abraços e amassos :), a segurança, a confiança, a intimidade que só você me proporciona... Só você consegue mexer comigo dos pés a cabeça e me deixar “louca”. E história como essa?!Só a gente entende. ;D Ahh!!O médico diz: "Gostei de ver a sua recuperação", eu pensei:"Nem te conto o segredo!", hahah...Meu homem, minha metade, o que sinto por você ninguém é capaz de decifrar. Beijos lindeza!!!