quarta-feira, 16 de julho de 2008

Noites de par em par

Sempre gostei desse tempo frio, do vento cortando entre lábios e orelhas, tempo de ficar assoprando o vento que entra pela boca como se fosse uma rajada de nicotina misturada a alcatrão que entra pelo peito de forma gélida e sai quente misturando - se ao ar frio que me corta corpo inteiro. Pernas trêmulas, dentes a "tiritar" como dizia a saudosa Dona Judith são um complemento essencial para esta sensação anual. Entretanto, ontem parecia de uma forma insuportável! Desejava constantemente minha cama, meu travesseiro, meus cobertores, minha almofada azul, queria que esta sensação que me acompanha desde criança fosse embora logo.
Ao encontrar a vellha amiga noturna de quatro pernas, dei um só pulo tampando todo meu corpo, inclusive a cabeça. Tremia feito louco! E isto me fazia cada vez mais sentir a sensação de que o frio não era o culpado de tudo. Não havia entrada de ar, não havia sequer uma "correntezinha" que me fizesse tremer. Sentia era uma saudade enorme, "esquisita" como você mesma me disse outro dia. Vontade de estar perto, de conversar, abraçar... e os dias não passam, as noites são cada vez mais e mais longas e frias deixando a saudade cada vez mais intensa. Vou ficando aqui no meu quarto, em toda parte da casa, mais ancioso, inquieto. Arrumo e desarrumo tudo, umas três vezes já fiz isso e nada está pronto. Me emociono muito ao saber que este dia estará prestes a chegar e não sentirei mais frio como esta semana.

Um comentário:

Coração Alado disse...

saudade esquisita...
vento gelado...

estranho!
por aqui também as coisas estão desse jeito...
rsrs
:)