segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Como beber dessa bebida amarga cantar a dor e punir a labuta? Mesmo calada a boca, resta o peito.

Hoje fui obrigado a tragar uma bebida amarga! Não conheço o fel, mas a sensação foi a de algo que o valha. Senti-me como um nada, alguém que tem a obrigação de tapar buracos de outros quando for o mais conveniente para alguns que se julgam melhores por terem um poder provisório nas mãos.
Hoje, vi o quanto não somos elogiados ou sequer lembrados por nossos constantes feitos em função de um bem coletivo.
Hoje, vi que um de nossos pequenos erros tem mais valor do que grandes conquistas.
Hoje, entrei em um vespeiro com pessoas imundas que não pensam no bem coletivo e quiçá no mesmo bem entre ambas.
Cabeça erguida! Uns ficam dizendo. Aponta pra fé e rema! Dirão outros. Muitos são os clichês e poucos são os momentos de superação. Isso... Essa atitude chega para mim como algo parecido como perseguição.

quinta-feira, 21 de julho de 2011


É mais uma noite fria de Julho. Começo a recompor minhas leituras e como por um estalo meio que involuntário, simplesmente parei o que estava fazendo e fui de imediato ligando a célebre caixa preta e assistindo a uma telenovela do SBT que, pasmem, não era de origem mexicana. Nela é retratado um período de dor e sofrimento do meu país: a ditadura militar. Comecei a observar uma cena em que um homem contrário a tal governo de extrema direita tenta fugir dos seus perseguidores e, ao mesmo tempo, na surdina, na calada de uma negra noite, tenta enfrentá-los pois sabe que suas forças são, de certo modo, escassas perante seu algoz. O tempo passa e vejo que ainda somos perseguidos por inúmeras vezes por não aceitarmos seguir o caminho do lado direito da calçada. Sempre fui pelo lado contrário e acho, para ser mais exato, mijar fora da bacia um máximo. Nos últimos tempos sinto que venho sofrendo com isso. Nunca pensei em fazer escolhas por agradar a minha própria pessoa mas os outros, ou melhor dizendo um outro ente muito querido prefere não olhar a questão, não escutar, não observar e simplesmente proferir NÃO, NÃO, NÃO E NÃO! Sinto-me sem o apoio de quem eu mais precisava pois a conversa é extinta de forma proposital dando lugar a gritos, xingos atormentando meus sonhos, minhas expectativas de um futuro próspero. Sei que tudo isso dói feito um torturado no pau de arara, na cadeira do dragão ou algo mais perverso. Mas sei também que crueldade maior será a de ajoelhar-me em chão coberto por lama e água suja permitindo que os pesados coturnos me pisoteiem acabando com toda minha esperança, todos meus sonhos de ver campos repletos de flores cheirando a jasmim. Não marcho em um único rumo pois não soldado e sei olhar para os lados. Não marcho em um único rumo pois minha cabeça não é de papel.
E lá se foram seis meses...não! Não serei pai e tampouco estou aqui elevando meu ego por estar curtindo algum feto que, felizmente, ainda não teve minha menor participação. O fato é que minhas férias, melhor dizendo, meu pequeno e fausto recesso resolveram aparecer, dar o ar da graça. Tenho um mundo de coisas para fazer que com tanto serviço, do qual estive realizando não últimos meses ficou realmente impossível. A rotina realmente tomou conta do meu ser e várias outras coisas como acariciar um pouco mais aquele animal de estimação, tomar pelo menos dez minutos de banho de sol pela manhã, conversar com aquele querido amigo de modo presencial fazendo aquela velha e aconchegante visita, foram ficando para trás, esquecidas quase que por completo. São tantas pequenas coisas, que ao se juntarem, tornaram-se algo gigantesco de proporções inenarráveis onde quinze dias de descanso serão quase que impossíveis para supri-las. Eh... parece um velho clichê mas são nestas pequenas coisas que poderemos mais tarde encontrar o verdadeiro sentido de pelo menos tentar ser feliz.
Tenho meus compromissos e isso é fato consumado. Mas por dois a três dias, fiz de conta que não que não os tenho ou fingi que os mesmo nunca existiram em momento algum da minha pequenez existência.
Hoje, ainda que por só hoje, fiz tudo do modo às avessas, saí da tão sufocante rotina e construí, a meu ver, um dia mais que perfeito sem me preocupar com as assustadoras e nefastas incumbências. Aliás, delas... PREFIRO ESQUECER PRA NÃO LEMBRAR.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Mais uma marca


É quando tudo acontece. Um dia me perfurei, vários outros me rasguei,me sangrei em bicas pelos cotovelos em um dia ensolarado que parecia não ter mais fim. Fiquei cerca de um ou mais meses recuperando-me da dor por ter exercido, para alguns, tamanha deformação em mim mesmo. Fiquei bonito! Direi. Fiquei autêntico! Pronunciei na frente daquele pequeno espelho. Fui elogiado por poucos e recriminado por muitos e até hoje amo estes poucos e bons que falaram comigo com o coração.Raiva dos outros? Não.Sentimento ao qual eu deveria ter com um dos meus amigos pois eles sim importam-se comigo.A vontade é tanta que eu não vou parar e já pensei em mais um, dois ou quem sabe mais três? Sinto que a hora pode ser agora e eu vou contudo pra cima disso com vontade daquilo.É, mais uma vez e de forma mais que inerente você estará perto de mim, colado a minha pessoa e vou lhe apresentar a quem tiver curiosidade...só falta onde você ficará melhor apesar de brilhar como nunca no meu imaginário.

domingo, 27 de março de 2011

Tempo, tempo, tempo mano véio


Há tempos que nem sequer passava por aqui para registrar algo. Mas hoje, em pleno domingo, numa noite entediante, resolvi escrever para aliviar, encher a página, ou algo de concreto que me valha. Estive sobre a pressão de dias inevitavelmente cinzas, amargos e enormes desgostos. Vejo que precisamos passar por determinadas situações na vida e que nem tudo pode ser feito da maneira como queremos, ou seja, como se pudéssemos mudar nossa vida, em um clicar do controle remoto. Meu coração que antes se encontrava aos pulos ficou apertado e extremamente abafado refletindo em um rosto abatido pela perda. Tinha a todo o momento sã consciência sobre a preocupação de não dar continuidade àquele quadro de aflição, pois o mesmo já estava interferindo em minha vida profissional e poderia acarretar sérios problemas. Minha concentração não era mais a mesma e tudo estava ameaçando ruir.
Várias foram as longas noites que passei acordado, chorando baixo para que ninguém escutasse ou visse me desespero. Fiquei realmente abalado física e emocionalmente. Emagreci! Isso, de certo modo, veio como algo bom uma vez que estou sob dieta rigorosa. Mas, o desespero de perder alguém é realmente insuportável. Acostumamos-nos com certa rotina que quando já não nos pertence tememos por algo, como por exemplo, o que fazer agora? Eu sabia que iria me recuperar, mas o tempo não estava a meu favor. Tempo... Será que algum dia você irá crescer e passar dessa sua idadezinha de vinte e quatro?
Eu fui cobrado e não tive como refazer algo. Na verdade era praticamente impossível exercer tamanha função. Minha ausência foi ficando incômoda não só para uma pessoa, mas sim há várias outras que sempre perguntavam por mim. Acho que também sempre fui vigiado pelos outros que quiseram e conseguiram desfazer minha alegria, mas isso é outro caso que não gostaria de expor.
Venho aqui mais para retirar a poeira, dar uma faxina. Estou um tanto quanto recuperado e lutando contra o tempo para que ele me dê tempo. Eu sei, a luta é impossível mas não custa tentar... Um dia eu ainda encontro um tempo no tempo sem pedir mais que um tempo.