domingo, 29 de março de 2009

Cai em pé, corre deitado deixando meu humor desbotado


Era uma chuva muito incômoda. Dessas que a gente pede a todas as entidades para que cesse e nada dá certo. Ela insistia em bater cada vez mais forte sobre as telhas de zinco dando a impressão de que tudo iria desabar. O dia, esse nem se fala. Era cinza, triste, infausto! Era um daqueles típicos dias em que você não deve sair daquela sua cama quente por mais que insistam. A noite era a esperança do contrário. Tudo iria mudar e, ao contrário do seu parceiro que não dera as caras hora alguma do dia, a lua iria radiar como nunca deixando a noite ainda mais do que bela. Era tudo ilusão, tudo utopia. A chuva continuou com seu ar da graça fazendo poças e mais poças d’água, encharcando pés, fazendo todo o corpo tremer. Mesmo assim era sábado e eu não via neste dia uma possibilidade em sair, recebi até um convite de confraria. Esplendido!
Começo a adiantar meus afazeres para terça na esperança de não acumular serviço para segunda. Meu telefone como sempre, imóvel no meu quarto fazendo com que eu o transfira para outra dependência da casa afim encontrar uma rede de sinal. Estava tudo mais do que combinado: 19h00min ou 19h30min eu estaria pronto. Perfeito! Velhos amigos, conversa para o ar, bebidas alcoólicas (das quais estou afastado) e muita, muita gargalhada. Tudo mais do que ao contrário. Os amigos não eram os mesmos, ou seja, o ciclo estava em parte, bastante renovado. Boa parte não era dos bons e velhos e uma onda de tédio começou a pairar sobre minha cabeça como se fosse uma nuvem negra que relampeja dando uma impressão de chuva visto que a mesma já havia parado. Conversa vai conversa vem e a interação não chega, era como se ela começasse a andar e no seu processo de aceleração, topasse de frente com uma pedra, ou um muro, enfim algo que a impedisse de se acoplar a todos da mesa.
Muro. Essa seria a melhor definição. Era como se com o vento frio que começara a soprar por volta das 22h20min se formasse um enorme e consistente muro de gelo que cortou drasticamente a conversa. Era tudo inerte e desanimado, nada fluía como manda – se o nosso figurino. É, um sábado perdido? Não sei. Pessoas sem conversa? Não sei. Eu não estava bem? Isso eu sei que ali não estava mesmo. Só me resta saber o porquê. Acho que era a chuva. A chuva triste, insistente, insolente e amargamente destruidora de um fim de semana.