terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Hora marcada

São 01h05m de uma madrugada de terça-feira 03/02/2009 e deixo a TV ligada para que Willian Watt , juntamente com Cristiane Pelajo sejam breves dando lugar a mais um dos tantos enlatados norte americanos que me despertam um fútil interesse. É sempre assim! Toda vez em que me encontro diante de uma obrigação para cumprir, fico um tanto quanto inquietante. Minha mão extensa, lisa e pesada aglutina – se ao controle remoto de tal forma que os canais vão se alternando de uma maneira desordenada. Até parece que o tempo vai passar mais rápido se esta tática for mantida. Mas na verdade a sonhada “velocidade das horas” não se encontra única e exclusivamente no fútil enlatado, aliás, ela é simplesmente um pretexto, um álibe, um tento disfarçar minha impaciente insônia para com o dia seguinte.
Amanhã voltam – se as coisas para seus devidos lugares. Não! Nem todas elas estarão nos seus determinados lugares. Na verdade, apenas uma pequena parte, se é que posso dizer. Minha mochila está bem mais leve do que o ano passado e existirá só uma manhã onde cadernos e livros estarão dentro da mesma. As longas subidas e descidas às ladeiras extremamente ingrimes e históricas, onde nas tardes de verão tornam – se insuportáveis, escorreram – se por minhas mãos como algo totalmente volátil. Sempre ouço dizer: “sua hora ainda não chegou.” Dou aquele sorriso mais blasé possível fingindo concordar com a afirmação. Mas o que eu mais anseio no momento é encontrar este relógio, adiantar – lhe os ponteiros, deixando – os bem em cima da hora, da “minha hora.”